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Quero ser como criança

  • por Luanna Pontes
  • 28 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Estava em uma ação do Projeto de Extensão que fazemos com as crianças de uma comunidade de Vitória - ES e uma das crianças (de 5/ 6 anos) não queria participar da atividade que os outros faziam, então ele foi pintar o desenho da atividade anterior.

-Parei perto dele e fui conversar:

Eu: Deixa eu falar com você. Você não pode ficar gritando com os coleguinhas assim não, se você falar eles vão te ouvir.

Ele: Mas ninguém gosta de mim aqui.

Eu: Claro que gosta, todo mundo aqui gosta de você.

Ele: Mas também, eu não gosto de ninguém aqui, de nenhum deles e nem de você.

Eu: Poxa, vou ficar triste assim. Os outros gostam de mim, eles me abraçam...

- Se passaram alguns minutos da nossa conversa, da cara emburrada dele. Ele continuava pintando e eu sentada ao lado dele em silêncio.

Ele: Tia você pode me ajudar a pintar?

Eu: (Surpresa com o convite) Posso, me fala a cor e onde você quer que eu pinto.

- Ficamos nós dois pintando o desenho.

Depois parei para refletir. Em um instante ele estava bravo e dizia não gostar de mim, pouco tempo depois ele mudou de opinião e me pediu ajuda pra pintar o desenho dele. Percebeu como nós adultos fazemos tudo errado? Imagina se no lugar de uma criança fosse um adulto ali falando que não gostava de mim, provavelmente esse adulto ia virar a cara pra mim e eu ia pensar "tchau e bênção" "a porta da rua é a serventia da casa" e nunca mais teríamos a mesma relação.

Outra situação que aconteceu, foi que uma criança perguntou pelo brinde que nós tínhamos prometido dar no final, ou seja, o que é bom eles não esquecem. Percebeu de novo como nós adultos fazemos tudo errado? As crianças não se esquecem das coisas boas e que trazem felicidade, mas esquecem muito rápido das coisas negativas que acontecem e das pessoas que brigaram com elas ou que elas brigaram, é como se elas jogassem um papel riscado fora e começassem um novo desenho em uma folha limpa. Os adultos por outro lado, parecem se esquecer muito rápido das coisas boas e muitas vezes têm dificuldades de enxergar as coisas boas que acontecem, os adultos brigam e é pra sempre ou quando recomeçam é como se apenas tivessem passado a borracha em um papel riscado e continuado com o mesmo papel e, mesmo que você apague algo com a borracha, a marca daquilo continua lá e aquele papel nunca mais será o mesmo de antes.

Fui conversar com ele, pensando que poderia ensinar algo, mas na verdade ele mesmo sem saber, é que me ensinou. Me ensinou a fazer um esforço de se lembrar das coisas boas e ser grata por elas. E a tentar dar menos importância para as coisas ruins, passar menos a borracha e trocar mais as folhas da vida.

Confesso que hoje esse texto está falando comigo, mas queria compartilhar com vocês. Porque as vezes nós lemos algo e é como se o escritor estivesse "dando uma lição de moral" no leitor, mas não é isso, nós escrevemos aquilo que nos toca, porque pode ser que isso toque também um outro alguém. E hoje esse texto é só isso mesmo, só pra convidar vocês a refletir junto comigo e compartilhar suas opiniões a respeito desse assunto.

"Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus." (Mateus 18.3)

Abraço quentinho.

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Luanna Pontes

Olá mundo, meu nome é Luanna Pontes, tenho 28 anos e sou Capixaba. Criei o blog para compartilhar com vocês um pouco do muito que habita em mim.

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